sábado, 3 de dezembro de 2011

D2

À procura da batida perfeita.
Sempre.
Do bem-viver, da felicidade aristotélica.
Do amor-próprio, da compaixão (por si)
Da sabedoria e do controle, da própria matéria-minha-carne-e-osso
À procura da batida perfeita
do meu coração.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Suicídio

Agora, enquanto eu escrevo, já passou. Mas aquele desejo latente reapareceu. Lógico que o incidente deu faísca pra esse fogo.
Aquela gana, aquele desejo desesperado, de me ferir e de ver o sangue se esvaindo junto com meus problemas. Seria só matéria morta. Só matéria-morte.
Mas, ah, é mesmo, sou covarde demais.

Vida de Merda

E, bem naquele momento, naquele ah-agora-tudo-vai-ficar-bem, lá vem ela.
a vida.
me dando um pontapé.
um chutão mesmo
na boca

"de novo, vida?"
"de novo!"

puta que pariu.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cansado

Estou muito cansado.
Cansado da vida, de tudo.
Cansado de ter o que não quero e não ter o que quero.
Cansado de opressão.
Cansado de não poder ler, assistir e pensar-e-falar tudo que me apraz.
Cansado do mundo apontar o dedo para mim e dizer: está errado!
Estou muito cansado de tudo, da vida.
Cansado de não ser parte de um conto-de-fadas.
Cansado.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Flores

E chamam flores do que me sai da cabeça.
Por que haveriam de chamá-las?
Não sei dizer. Não sei flores.
Ideias, sentimentos, flores.

- Um homem gosta de flores? Digo, assim como uma mulher...
- Talvez, meu amigo, talvez...

Flores. Nascem, vivem e morrem. Como quaisquer outros seres vivos.
Só as flores de plástico não morrem.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Meus esquadros

Cores.

Cores de Almodóvar, de Frida Kahlo; cores.

Azul-baratéia, verde-camuflado, ouro e prata.

E a coragem, que cor tem? E a ousadia? E a hipocrisia, que cor tem?

Que cor tem o amor a paixão a amizade o ódio o desprezo? Que cor tem, hein?!

E a verdade? A honestidade? A justiça? Que cor tem?

E a opressão, o desrespeito, o preconceito e a ignorância, que cor têm?

E a saudade, que cor vai ter a saudade?

E a sinestesia, que cor tem?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Niilismo Revoltado

- Puta que pariu!
- O que?
- Esse mundo, essas coisas, essa vida, essas pessoas, esse tudo... Puta que pariu!

ponto ou Epifania da Injustiça

O mundo é injusto. ponto.
Não sei bem o que dizer sobre isso, ou a que esfera administrativa reporto essa minha colocação.
Mas ele é injusto. ponto.
Me parece até
- veja que afronta -
que é injusto por definição.
Que injustiça. ponto.

domingo, 11 de setembro de 2011

Ódio-próprio

E me deu uma sensação de Bernard Marx agora. Um não-pertenço que dói na alma. Mas e àquele grupo? Não pertenço. E àquele outro? Também não pertenço.
E ao mesmo tempo aquele meu narcisismo nojento de quem acha que pode mais que os outros.
[...]"Depressa! - gritou mais alto, e sua voz tinha um timbre desagradavelmente áspero." Desagradavelmente áspero, como minhas brigas.
E me vem à cabeça um neologismo. Pois não temos amor-próprio? Faço então o ódio-próprio, sentimento capaz de descrever o que sinto. O que sinto por não ser o amável Helmholtz Watson. E a impotência em vencer minha natureza que tanta ojeriza dispara contra a imagem. Bem podiam estar certas as religiões, com sua separação de corpo e alma.
Mas eu já disse isso antes. Não há novidade no ódio-próprio, a não ser o nome. Eu só queria poder não tê-lo. E ser um Beta-menos feliz, talvez um pouco incomodado pela inteligência, mas incluído fisicamente em minha casta.
Não suporto a exclusão física. Ódio-próprio, porque ela é tão parte de mim quanto qualquer outra característica. E não posso escapar dela.
A não ser que... Não. O resto é, in verbis, "ilusão".

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O terceiro fim escrito durante entre ele e o segundo

Me incomodava desde o início a ideia do fim. É, do fim. O que aconteceria no fim? A gente nunca mais se veria, nunca mais se abraçaria, nunca mais se beijaria? Talvez não, eu pensava, tem tanta gente que namora de longe. Mais um casal assim. Qual é o problema?
Mas o nunca mais (em especial o "se beijaria") veio mais cedo. Muito mais cedo. Tão cedo que eu não ganhei o meu tão-sonhado último beijo. O último beijo foi o último sem saber de sua sina, sem saber que daria um adeus tão doloroso, algo que perpassaria meses latejando nas minhas têmporas. E doeu muito essa falta de cerimônia. Inevitável retomar os olhos azuis, já fechados, no caixão. Meus dois amores, que se foram assim, ó: pfu!, como uma brisa carrega as folhas secas.
E, vou ser franco, ainda doem. Ambos os adeuses. Doem tanto que, cinco meses e dez anos (respectivamente) depois, eu ainda choro. Estou chorando agora, para constar nos autos. É lógico. Duas coisas que eu tive que engolir, duas incertezas que balançaram os alicerces mais profundos da minha frágil estrutura interna.
Nada volta. Aprendi hoje. A vida não é um jogo de xadrez, "ah, o cavalo andou errado, volta!". E, principalmente, além das pessoas, das situações, dos lugares e do dinheiro; principalmente o tempo não volta. E não fica. E não pára. E eu, olhando agora para frente, me deparo com a ideia do fim. De novo.
A amizade não vai acabar? Vai haver visitas? Mesmo de tão longe, Minas ou Pernambuco? Ou será que eu vou ficar encostado lá no fundo, lá naquela sua estante velha? E você vai falar pros outros: "É, um cara no Ensino Médio, acho que era Rafael, Daniel, nem me lembro... Faz tanto tempo..."?
Definitivamente eu não sei lidar com o fim. Estou chorando mais agora. Soluçando até. Vou parar por aqui. Estou tremendo demais. Vocês entenderam.

domingo, 21 de agosto de 2011

And Sundays bring me that old, known sadness that I don’t even like to think about, but I can’t help it. It’s me again, knocking on my medicine’s door. I’m still missing you and it hurts a lot…

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Conto dos Três Irmãos

Era uma vez o garoto que não sabia amar. Precisava de algo pra sustentar sua vida nesse cosmos. Escolheu o poder. Que não satisfaz. Que é bolo de isopor, lindo, mas não alimenta. Que quando se tem, todos vêm ao seu encontro, mas que quando se perde, perde-se tudo.
E era uma vez o garoto que só sabia amar. E amou, amou, amou. E errou, errou, errou, por não ter o seu amor. E sofreu, sofreu, sofreu, porque perdeu o amor que nem dele era. Mas ele ainda amava. E lutou, lutou, lutou contra ele mesmo, contra suas memórias, contra sua angústia.
E era uma vez o garoto que não queria nada e viu-se obrigado a fazer tudo. E, com amor, venceu.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Cotidiano

Era eu um poeta;

sentado na mesa d’um refeitório,

com pouco café na xícara.

Tomei o café.

Faça o que se faça,

Diga o que se diga;

estou cansado desta farsa,

estou cansado desta sina

de poeta

com pouco café na xícara

sábado, 9 de julho de 2011

Hurt

"I will let you down
I will make you hurt."

O grande problema da Disney

é que, apesar das valiosas lições que podemos tirar dela,
ela nos ensina
(coitada, tão ingênua)
que a Bela pode curar a Fera
que a gente pode escolher ficar na Terra do Nunca
e que a gente vai ter alguém pra ficar com a gente
feliz para sempre.

Perto Demais

Porque amor não é o bastante?

Loucura

Fui ao psiquiatra anteontem
não sei se sou louco
acho que ser seria uma boa desculpa
acho que sou só carente

Acho que o funcionamento do nosso cérebro é de tal forma complexo que um trauma de infância, como ter os pais brigando na cozinha, causa marcas tão profundas na mente de uma criança de nove anos, que essa criança, mesmo após quase dez anos passados, não consegue se contentar com relacionamentos fúteis e efêmeros e busca tão fortemente um amor profundo (que talvez nem exista) que sofre e, pior ainda, faz os outros a sua volta sofrerem também. Essa criança de nove anos criou uma parede (né, Pink?!) tão dura e rígida que não se permitia muitas coisas, mas isso uma hora explode. EXPLODE. Eu preciso de amor e carinho e nunca ninguém, não sei porque - não sei se sou chato, feio, pobre, me visto mal, sou violento, talvez rude, quem sabe muito direto -, me amou. E quando alguém me ama, me faz acostumar com isso e de repente me tira o que há de mais valoroso na minha vida inteira, que é esse amor, o que se espera que eu faça? O QUE SE ESPERA QUE EU FAÇA? Alguém pode dar algum sinal de entender o que eu digo? Não sei se vou conseguir ficar no "só amigos". Realmente não sei. Mas eu preciso desse amor de volta. De verdade. Sob quaisquer condições.
Uma hora a gente tem que desabafar com clareza, não tem?...

Sobre o meu Remédio

Citalopram
é esse o remédio
Serotonina
é esse o neurotransmissor
Alegria
é esse o sentimento
...
Seu amor
é isso que eu queria.

Nós

às vezes eu só queria mais uma chance
de te consertar
[nem sei como
(nem sei se dá)]
mas eu queria;
você,
eu repito quantas vezes forem necessárias,
é a pessoa mais importante da minha vida.
Queria preencher o buraco em meu peito
com você.
Não há ninguém para quem apontar a culpa.
(tudo isso ainda é para mim ridiculamente estranho)

domingo, 3 de julho de 2011

Névoa

Não está chovendo, não
Está apenas nevoando,
a minha vida
É, Carlos, como dói...

Sonhos

Nos meus sonhos, me perdi
para nunca mais me achar
bem que a morte podia ter sonhos, concorda?!
Sonharia pela eternidade afora
Sonhos malucos, sonhos de Dalí,
pesadelos de Munch e sem-sonhos de Duchamp.
Sonhos...
Apenas sonhos.

Clown

Dança, pula, canta,
clown...
Uma hora a peça acaba
e sua maquiagem cai.
Bem-vindos, senhoras e senhores,
à vida real.

Macaco Urbano

Minha vida não é
senão asfalto, concreto e carros
a toda velocidade,
poluição nos olhos e pulmões,
e tristeza por não existir o amor.
(aquele amor idealizado; somos apenas bichos - descobri isso hoje)

Manifestozinho pessoal

Eu só sou generoso para poder cobrar dos outros?
MORTE à minha mania de controle.

Louco

Matem o louco, maldito!
Ele nos faz sentir burros
Mate-se, louco!

Soneto do Soldado Obediente

Marcha o soldado, atento
Bom soldado, farda passada
Na sua cabeça passa: nada
Na mão à pala: cumprimento

Legitima, assim, sua obediência
corre, pula, marcha, mata
diz o major: "tens sangue de barata!"
faz da tradição a sua ciência

Tristes ficaram os pais e o irmão
ao passo que o soldado foi à guerra
cumprir fiel o que lhe foi dito

"Defenda, nobre jovem, sua terra!"
Quando em campo à noite, o apito
Seu último dia com os pais: caixão.

domingo, 26 de junho de 2011

Armadura

"In a bullet proof vest,
With the windows all closed,
I'll be doing my best,
I'll see you soon,
In a telescope lens,
And when all you want is friends,
I'll see you soon,
I'll see you soon."

Um Rei e o Zé

"Um rei me disse que quem deixa ir tem pra sempre.
E me contou que só foi rei porque pensava assim
Tão diferente.

E eu, que andava assim tão zé,
Deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente,
Mas não vi nada.

E o rei me disse:
"A pressa esconde o que já é evidente.
Foi do meu lado que eu achei o que me fez assim
Tão diferente."

E eu, que corria assim tão zé,
Deixei que tudo fosse e decidi mudar de frente,
Mas não vi nada.

Um rei me disse que quem deixa ir tem pra sempre.
E me contou que só foi rei porque pensava assim
Tão diferente.

E eu, que andava assim tão zé,
Deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente,
Mas não vi nada.

Não leve a mal,
Eu só queria poder ter outra filosofia,
Mas não nasci pra conversar com rei."

- Apanhador Só

On the corner of main street...

"I don't mind if you don't mind,
because I don't shine if you don't shine."

Sua Casa

E agora, que a cama
está grande demais pra mim?
Que meus braços pendem frouxos
ao lado do meu corpo cansado?
Que o espelho me mostra
que estou sozinho em casa?
Que os seus sorrisos, emanados na direção do computador,
são só memória?
Que eu estendo a mão por sobre a mesa da cozinha
e nenhuma mão pega ela?
Essa casa(,
assim como meu coração,)
tornou-se insuportavelmente sua.

domingo, 19 de junho de 2011

Garoto-de-Aço

Era uma vez um garoto. Nasceu no final do outono, quase inverno. Uma tarde chuvosa, chorosa. Foi para casa enrolado em cobertas. Sua infância não houve. Por causa de sua saúde, sentou em sua cama e leu. Somente leu. E como um sapato novo, não amaciou seu couro nas bolinhas de gude ou nas peladas da rua. Tornou-se, assim, aço.
Era o próprio homem-de-aço. Toda e qualquer crítica ricocheteava em sua brilhante armadura, da qual se orgulhava muito. E com o tempo foi reforçando sua armadura, tornando-se um robô. Até que um dia
conheceu uma pessoa muito interessante. O garoto-robô-de-aço quis pegar a pessoa e exibi-la como um troféu para os outros. "Eu consigo. Eu amo. Sou humano.". Só não reparava numa coisa: sua pessoa-troféu não tinha armadura-de-aço e estava recebendo todos os machucados dos odiadores do robô-de-aço.
A pessoa-troféu encheu-se. Desceu dos braços do robô-estátua-de-aço e foi-se embora, deixando-o sozinho. Parado. Não havia Dorothy que pudesse achar um coração atrás daquela armadura-de-aço. E a armadura finalmente pesou sobre os ombros do garoto dentro dela, que chorou, chorou e chorou. O garoto reparou que as armas de sua armadura machucavam as pessoas à sua volta.
E, lá no fundo, bateu seu coração a primeira batida. Uma batida verdadeira, e não aquela que ele havia programado para bater quando estava com a pessoa-troféu. A batida verdadeira ainda era pela pessoa-troféu, que não era mais troféu e era, para ele, totalmente pessoa. E estátua-de-aço, parada em seu pedestal de admiração, começou a despir sua armadura.

domingo, 22 de maio de 2011

Sapato Novo

"-E aí, tudo bem?

-Bem, como vai você?
(Levo assim, calado, de lado do que sonhei um dia como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar. Poderia até pensar que foi tudo sonho. Ponho meu sapato novo e vou passear, sozinho, como der, eu vou até a beira.)

-Tem certeza? Você tá com uma carinha...

-Besteira qualquer, nem choro mais. Só levo a saudade(, morena,) e é tudo o que vale a pena."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Inerente

Nada mais me é inerente
repudio, a partir, de hoje a inerência
sou o que serei e talvez o que já fui,
constante mudança
(por favor)
Bem-vindo a uma nova era, eu,
uma nova era: EU

Ajuda

Vamos a um texto mais em prosa que os meus habituais. A velocidade é a raiz quadrada da razão entre a tensão na corda e a densidade linear dela. É um fato como muitos outros. Como o fato de que eu preciso de ajuda para resolver meus problemas. Ninguém é tão auto-suficiente.
Tenho que tomar cuidado com meus pensamentos e sentimentos. Eles me consomem e controlam de tal forma que eu posso querer até me matar. As minhas mais recentes descobertas apontam para um grande potencial em resolver meus problemas, mas não exclui a ajuda dos outros à minha volta. Por outros: meus amigos, meus amores, minha família, meus professores, minha psicóloga.
Meus diários de consultas eu vou publicar aqui. Espero que você, meu leitor (tenho leitores?), não se importe. Ou que se importe e me ajude, se puder. Obrigado.

domingo, 15 de maio de 2011

E agora?

"vou me perdendo
buscando em outros braços seus abraços
perdido no vazio d'outros passos
do abismo em que você se retirou
e me atirou e me deixou aqui sozinho"

Mate-a rápido

Sabe aquela flor, pequeno príncipe?
Aquela que você cultivou com tanto carinho?
mate-a
agora

antes que seja tarde
demais

"mas eu gosto tanto dela!"

mate-a
rápido
já passou do tarde-demais

sábado, 14 de maio de 2011

Penas e Tinta

E escrevo para gritar,
libertar minha alma,
dar asas ao meu coração,
dar asas ao meu ideal.
Não há ração em meu bornal;
há um conjunto de penas
e tinta no meu cantil.
Hei de escrever até a morte!
Ás favas com os seres humanos!
Seja livro, homem, e será eterno
em suas ideias.
Escreva para todos, seja você-em-si-em-palavras sempre
Não se esconda de mim, poeta,
pegue seu penas-e-tinta e parta para a guerra.
Ideias, escrevo e grito, são à prova de balas.

Relógio

tic-tac
tic-tac
bate relógio coração
não fosse sua pilha,
morria, coitado
(tão dolorido que é)
teima em bater
não vai entregar o viver

Estranho

quase consigo distinguir visualmente
quando penso de quando sinto
não sei porque
(ultimamente, aliás, não sei o porquê de muitas coisas)
estranho, muito estranho

Pensamento

tanto para pensar
e tão pouco para escrever

sábado, 7 de maio de 2011

Porque não simpatizo com a existência de forças armadas?

"Quando penso nos desfiles militares de 7 de setembro, não sinto nenhum orgulho. Pelo contrário, me lembro de como não simpatizo nem um pouco com a existência das forças armadas. Os fundamentos históricos e regimentais da existência de corpos militares são algo cuja extinção faria um bem inestimável à humanidade, que passaria a viver muitíssimo mais próxima da paz perpétua.

Não são poucos os aspectos elementares do militar que antipatizo convictamente. Aspectos como a obediência cega, a repressão da compaixão e o próprio ato de manusear instrumentos que causam morte, dor e sofrimento me fazem defender o fim de todos os exércitos do mundo – desconsiderando a possibilidade remota de invasão militar extraterrestre.

Em primeiro lugar, o mais pernicioso mandamento das forças armadas é aquele que me dá mais repulsa às mesmas: obedecer às ordens dos “superiores” sem nada questionar. Não simpatizo com a ideia de ser obrigado a acatá-las, por mais antiéticas e arbitrárias que sejam, e não poder sequer perguntar por que devem ser cumpridas – e correr o sério risco de ser preso ou sofrer outras sanções repressivas se eu ousar questionar ética ou politicamente o que me mandam fazer.

À obediência cega forçada do militar, estão ligadas algumas importantes aberrações éticas, como a guerra. É fato que, se eu for convocado para uma guerra, serei obrigado a torturar e matar, por ordem superior, homens que jamais tive nada contra, até por nunca tê-los conhecido nem interagido socialmente com eles. Serei forçado a assassiná-los pelo único fato de que eles nasceram em outro país e foram obrigados, assim como eu, a obedecer seus “superiores”.

Me aterroriza a ideia de que, se eu me recusar a matar tais pessoas, serei executado como “traidor da pátria” (para quem não sabe, pena de morte no Brasil é legalizada para os militares em tempos de guerra, e recusar-se a matar soldados “inimigos” no campo de batalha seria uma insubordinação punida com a morte ou uma longa detenção).

Outra questão ética é que, se eu fosse soldado e houvesse um golpe militar que derrubasse o/a presidente, eu seria automaticamente obrigado a agredir ou mesmo matar quem estivesse protestando contra a nova ditadura. Mesmo se quem estivesse ali lutando pacificamente pela liberdade e pela democracia fosse meu pai, minha mãe, meu irmão, uma filha ou filho meu, ou meu melhor amigo desde a infância, seria forçado pelas ordens superiores a agredi-los, ou talvez a atirar neles.

Também penso que um soldado, para se tornar uma “unidade” repressora a serviço do Estado de Polícia ou um matador de soldados “inimigos”, é obrigado a reprimir seus bons sentimentos – a compaixão, o amor à vida própria e alheia, a piedade e o senso de misericórdia – e dar lugar a instintos brutos que o tornam submisso e violento.

Isso, além do medo de punições, explica o soldado estar pronto para obedecer instintivamente à primeira ordem de atirar para matar, e também o fato de muitas “unidades” serem muito suscetíveis a ceder a comportamentos tipicamente criminosos, como torturar prisioneiros por uma causa “maior” e estuprar mulheres desamparadas no campo de batalha.

Saindo do ato de “obedecer sem questionar”, parto para um detalhe que atenta contra a dignidade humana. É o fundamento militar de “servir à pátria” na base da violência, a qual é o fundamento magno da existência de forças armadas. O militar é persuadido em seu serviço de que fazer o melhor por seu país é pegar em armas, instrumentos cujas funções principais são oprimir e assassinar, e obedecer ordens como se fosse uma máquina sob controle, atirando para matar quando o “superior” mandar.

Embora em tempos de paz haja atividades humanitárias por parte do Exército Brasileiro em comunidades de necessitados – pelo menos é isso que é mostrado nas propagandas da TV –, isso qualquer ONG e qualquer civil livre de compromissos militares pode fazer, e com muito mais altruísmo do que qualquer soldado agindo sob ordem. E também não foi para fazer filantropia que o regimento militar foi criado.

Outro ponto antipático do corpo militar é a anulação da individualidade. Um homem de baixa hierarquia é apenas uma unidade, um nome, perante o Exército. Sua personalidade e características individuais não são nada para as forças armadas. Os “superiores” não querem saber se você é extrovertido, simpático, tímido ou mulherengo, se você escreve livros, se é um ídolo do futebol, se é um professor de crianças, se tem amigos do peito em outros estados e países, se ama sua família. O que desejam é apenas que você seja “mais um”. Mais um autômato disposto a morrer pelo Estado, “pela pátria”.

Me lembro do documentário intitulado “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, que mostra entre os instantes 10:20 e 10:35 uma declaração de Cristian Boltanski sobre mortes na guerra: “Em uma guerra não se matam milhares de pessoas. Mata-se alguém que adora espaguete, outro que é gay, outro que tem uma namorada. Uma acumulação de pequenas memórias…”

Personalidades únicas e insubstituíveis, no quartel, viram meros substantivos, análogos a números. Se eu fosse um soldado, não seria Robson Fernando, ateu, vegano, amante da natureza, carente de boates flashbacks, aspirante a formador de opinião, fã de professores do passado. Mas apenas um corpo obediente e uniformizado de nome “SD Souza”.

Na guerra todos se tornam autômatos, peças substituíveis. Para a força armada, não importa nem um pouco se um filósofo renomado, um épico ídolo do futebol, um professor adorado por seus mais de 300 alunos ou simplesmente um jovem anônimo apaixonado pela vida, por sua namorada e por sua família morreram. São baixas, nada mais que unidades perdidas, que podem ser substituídas por outras “novas” (as tropas que ainda não desembarcaram ou os reservistas).

Aliás, há um espaço para a individualidade quando o indivíduo se torna um “herói” por matar mais pessoas ou por ser um senhor de guerra fiel aos interesses de seu Estado. Heroísmo esse profundamente questionável, um duplipensar que trata assassinos de circunstâncias diferentes com dois pesos e duas medidas.

Se um homem mata centenas de pessoas na sociedade, é um criminoso hediondo, um serial killer que, segundo a sociedade, deveria ser condenado à morte o quanto antes. Mas se assassina centenas de homens de outro país (ou do próprio país, desde que sejam considerados “rebeldes”) numa guerra, indivíduos cujo único “crime” é obedecer, sem o mínimo poder de questionar, às ordens superiores de seus oficiais, é considerado um herói e passa a ser venerado por gerações.

O último motivo aqui expresso que me dá antipatia pelo militar é o fato de que só existem forças armadas porque existem forças armadas. Se não existissem neste mundo corpos militares dispostos a invadir e agredir outros países, com toda certeza não haveria qualquer necessidade de se criar exércitos de defesa, não existiriam ameaças às soberanias nacionais.

Se não existissem forças armadas, nenhum monarca ou presidente poderia de forma alguma ser um ordenador de guerras, exercer um comportamento de líder opressor e tirano. Não haveria ninguém de arma em punho pronto para acatar à ordem do estadista de matar um opositor ou dissidente, reprimir com violência extrema um protesto pró-liberdade ou invadir um outro país.

Há vários outros motivos que fundamentam meu antimilitarismo, mas as causas acima já explicam muito, o bastante para tornar este artigo ao mesmo tempo compacto e abrangente. A internet brasileira ainda é muito pobre em conteúdo antimilitarista, e espero que meu texto opinativo dê alguma luz ao assunto e quebre o silêncio que hoje existe. Termino-o dizendo que, se estivéssemos sendo governados por militares, este texto provocaria certamente minha morte por subversão, não sem uma sessão prolongada de torturas."

Robson Fernando de Souza
http://consciencia.blog.br/2010/09/por-nao-simpatizo-existencia-de-forcas-armadas.html

Não tenho mais para onde ir

Get used to it, honey
the crying before the dawn
the suffering
the "ok-i-don't-mind-,-baby" hiding your actual feelings
get used to it
get used to

life

Doze por oito

E só de querer-me
Pulsa, coração, pulsa
Apesar de tudo que nos é inerente
Pulsa, coração, pulsa
E porque te amo
Pulsa, coração, pulsa
Minha vida não é senão sangue correndo
[veloz nas veias e artérias, irrigando minh'alma, fazendo flores de meus sentimentos, sóis de meus pensamentos, sangue rubro que não me deixa morrer porque
afinal
te tenho]
Pulsa (por ti), (o meu) coração, pulsa (por ti)
Tum, tum
Tum, tum
Tum, tum

terça-feira, 3 de maio de 2011

Humano

Desculpa, amor.
Por eu te querer tanto
por ainda querer suas pernas entrelaçando as minhas
por ainda querer sua mão alisando meus cabelos
por ainda querer seus lábios perdidos nos meus
desculpa, amor
por ser tão (simploriamente)
humano

sábado, 16 de abril de 2011

vida

engraçado
quanto mais eu vivo
menos eu escrevo
estranho perceber o quanto eu escrevia antes sob essa perspectiva

sábado, 9 de abril de 2011

Ósculo

Como pode algo tão bom viciar-me?
Mas não o são todas as drogas, afinal?!
A proibição, suponho, talvez dê mais adrenalina
E a privação cotidiana, mais valor
Não importa!
Um mero toque já me joga o autocontrole aos ares
Desperta meus demônios do passado
Meus desejos (não mais) escondidos do coração

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sexta-Feira ou Música de Saída (para uma vida)

Não durma, apesar do cansaço;
Nçao chore, apesar da(s) saudade(s);
Hoje nós escapamos.
Continue respirando, Julieta.
Pegue todas as suas coisas
e vamos antes que nos peguem.
Quero que todas essas regras e sabedoria
os sufoquem.
Hoje nós escapamos.
Continue respirando.

Novo

E grito ao mundo todo,
porque quem não deve não teme.
O mundo é cego, surdo e mudo,
macacos à procura de estarem certos.
Não de viver bem, não de respeitar os outros.
Enquanto isso não melhora,
vou levando assim,
que o acaso é amigo do meu coração.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Reflexo no Espelho

PARTE I ou EGO

Olha para seu reflexo no espelho, filho
Seus olhos multicolores
Seu nariz fino e comprido
Seu cabelo escuro
Seu nome
"Leproso", né?!
É...
Pode chorar, filho, não tem problema
Só não me escreva uma carta de despedidas
_,,_

PARTE II ou REALIDADE

Seu reflexo continua aí, né, filho?!
Seu reflexo no espelho quebrado
Num banheiro cheirando a produtos de limpeza
E o tique-taque incessante do relógio desregulado
Desregulado
De tanto ódio a pele até queima, né?!
É...
Eu já disse: pode chorar, não tem problema
Só não aperte este gatilho aí...
_,,_

PARTE III ou O REI LEÃO

Olhe pra mim agora, filho
E lembre-se de quem você é
Lembre-se do seu passado
Não me desaponte agora, Simba...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Gotas

- Chora, filho
chora...
e as gotas de chuva misturavam-se às lágrimas de uns e de outros, como se quisesse apagar levar embora sumir com todo o sofrimento. Como quisesse diluir o sofrimento como faz com o sal das lágrimas.
e, novamente, as gotas, desta vez do mar, separam-se. O mar abriu-se no meio e nada há que possamos fazer. O bolo, antes massa homogênea de açúcar farinha ovo, agora tem seus pedaços cortados.
- Chora, coração, deixe que a cabeça pensa outro dia. Chora até dormir de cansaço...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ridiculamente Estranho

Ei, chuva de verão,
Não vá-te embora.
Tua simplicidade me fascina,
nossa semelhança me assusta.
Não vá-te embora,
chuva de verão.
És refresco pra minha alma,
tímida e pesada (plúmbea, até).
Te conheço há (pouco) tempos,
chuva de verão,
mas não vá-te embora.

Adaptação

[...]
Eu já sei, pai, tudo que está me dizendo.
O problema é você, agora, pai.
Cale-se, pai, a fim de me escutar.
E entenda "que o novo sempre vem".
E o novo ultrapassa o velho.
Cale-se agora, pai, e me veja trabalhar.
Deixa ser quem sou, quando sou e porque sou.

Ironia

Como que por ironia,
ou por erro de indução,
meu maior desejo é o carinho,
mas, ao corpo, negação.

Da Dissertação ou Do Manifesto

No pensar e no escrever cabem as infinitas nuances do pensamento humano. Cabe, no estilo literário da dissertação, um caminho (dito) racional para indicar a (dita) melhor solução para o conflito do texto. O dissertante incumbe-se, ou pelo menos, finge, trabalhar racionalmente o assunto.
Mas isso não acontece. Simplesmente não. O dissertante, maquiavélico sofista, na verdade deseja persuadir, manipular, convencer e, muitas vezes, até enganar seu leitor. A dissertação é vista como o mais referencial dos textos argumentativos, perdendo em objetividade apenas para a notícia de jornal, mas é justamente este o perigo. A dissertação nada mais é que um manifesto mascarado. Nas entrelinhas das dissertações, escondido entre os pingos dos is e os traços dos tês, ouve-se os fantasmas de Marx e Engels sussurrando: "Proletários do mundo todo, uni-vos!".

sábado, 29 de janeiro de 2011

Liberta-te, mente!

Liberta-te, mente, da prisão em que habita
Liberta-te do ódio que têm os outros por essa cela
Liberta-te, anda, que te esperam os louros da glória
Liberta-te, por favor, antes que enlouqueça nesta solitária

Mas espera, mente, como vais escapar de sua pena
Existe tua presença no metafísico sobrenatural?
Ou está fadada à permanência incondicional em sua cela?
Se te libertares, serás sangue e miolos e pólvora, respingados na parede.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Polícia do Carma

Marco Antonio foi a vida inteira um membro daquele governo. Não perdoava um adolescente subversivo ou professorzinho de história revoltado. Era do Ministério da Inteligência e cuidava das investigações, às vezes participando ativamente dos "inquéritos" ("Você quer que eu arranque mais uma unha sua, ou você vai falar?").
Quando a moda revolucionária veio à tona, então... Aí ele começou a sair pessoalmente nas ruas para decretar o que estava e o que não estava em conformidade com as normas daquele governo. E aprovava a elite reacionária que se divertia e regozijava em destruir as festas da oposição com incrível violência física. Quantas jovens foram estupradas por aqueles vândalos "autorizados"? Marco Antonio nem sabia e nem queria saber. Quem mandou ser subversiva...
E dizia em altos brados, quando noticiado pela imprensa: "Isso é o que vocês ganham por mexer com a gente! Isso é o que vocês ganham!".
Até o dia em que foi encontrado com um dos livros ditos "proibidos". "Eu estava só estudando nosso oponente!", ele dizia, mas seu antigo colega, Zé Carlos nem prestava atenção. "Eu dei tudo o que tinha por aquele governo. Tudo que eu tinha! Eu ainda estou na folha de pagamento! Só por um momento lendo eu me perdi, só por um momento!".
Zé Carlos assumiu o cargo de Fiscal da Inteligência. Parecia que o antigo funcionário, um tal de Marco Antonio, fugira para aquele outro país, de ideologia inimiga. E Zé Carlos dizia em altos brados, quando noticiado pela imprensa: "Isso é o que vocês ganham por mexer com a gente! Isso é o que vocês ganham!".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Boka, 1946

Engraçado, agora
quase 50 anos depois
ainda me lembro dele
tão pequeno, loirinho, sempre prestativo
como estaria agora?

acho que é este clima pós-guerra...
como aquele nosso pós-guerra na virada do século
aquela batalha genial, pelo grund
vencida com a conveniente ajuda do nosso soldado raso
tão logo promovido a capitão
tão logo embrulhado na mortalha da pneumonia

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Society in Which No Tear is Shed is Inconceivably Mediocre

E se escrevo a carta, não é para redimí-los. É para dar-lhes a devida culpa. Sim. É culpa de vocês sim. Quem cria o inferno é eternamente responsável pelas almas penadas.
É culpa, também, por outro lado, de todos. Todos os que se recusaram a ouvir. "O que você diz não é certo, porque não é confortável." O mundo não foi feito pra ser confortável. O mundo não foi feito PRA nada. O mundo nem feito foi.
Quero botar a culpa em todos, pela primeira vez. Tirá-la toda de mim. Se vivi para os outros, é dos outros minha responsabilidade de tudo. Não a quero.
E o pior: sempre quero ajudar. Não quero os louros. Não quero as glórias. Não quero ter orgulho de ser o que sou nem de fazer o que faço. Quero somente que os outros parem de sofrer. Porque eu não consigo.
Só consigo a suprema consciência de minha dor.
Suprema consciência de minha dor.
Não quero mais sofrer.
Dizem que monóxido de carbono é a melhor opção.
Sem nenhum amor,
Gabriel.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ideia 3 - Movimento Antinaturalista

"O inferno são os outros." BULLSHIT.
O inferno somos nós. O ser humano cria as neuroses das quais sofre. Com uma cultura de negação de sua natureza - uma cultura antinaturalista - o ser humano reprime parte de si e cria tal conflito que o atormenta.
A raiz de todo o mal. O desejo pelo poder de comandar através de tradições mitológicas envolve, no mundo ocidental (em função da propagação dos mitos abraâmicos do Oriente Médio, em detrimento da humanista e saudável mitologia grecorromana), criou um movimento antinaturalista que perturba o próprio humano com sua falta de segurança e posse de suas faculdades mentais e emocionais. Não há um fulfilling das partes consideradas negativas, mas elas ainda são necessárias para a faceta instintivo-emocional do ser humano.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ideia 2 - Fulfilling

O fulfilling dos valores aceitos na sociedade causa sentimento de plenitude, que, consciente ou inconscientemente, indicam ao indivíduo que ele está com suas necessidades preenchidas. (pensamento redundante)

O fulfilling, entretanto, não ocorre sempre com todos os aspectos do ser humano, mas nestes em que ele ocorre há uma situação de orgulho e de identificação com aquela característica, inclusive com uma possível repulsa CONSCIENTE às características não preenchidas.

Com um fulfilling de lógica e razão, há um pensamento de superioridade intelectual que pode causar repulsa aos outros tipos de pensamento e ação que venham a causar sentimento de diminuição do valor preenchido.

Ideia 1 - Dos Valores e da Moral

O homem não se constitui como folha em branco, nem como conhecedor inato de seus princípios morais. Ele os recebe da sociedade à qual pertence, mas não exatamente dos preceitos vigentes na sociedade. Ele recebe, assimila e processa os preceitos da sociedade de acordo com seu desenvolvimento social/familiar/emocional/racional, adquirido através da vida. Não há, portanto, unidade humana dentro do ser e somente uma rigorosa cadeia de causas e consequências. Não há valores morais absolutos e, portanto, temos de ser rigorosos com nossas próprias regras e modo de vida, para que nossos valores morais não sejam nocivos ao resto das pessoas. Para tal, não podemos nos ater a valores que SUPOMOS ou ACREDITAMOS corretos. Temos que trabalhar racionalmente os nossos valores, levando sempre em conta os desejos, sentimentos e estado de espírito das pessoas envolvidas nas nossas ações.