sábado, 12 de fevereiro de 2011

Da Dissertação ou Do Manifesto

No pensar e no escrever cabem as infinitas nuances do pensamento humano. Cabe, no estilo literário da dissertação, um caminho (dito) racional para indicar a (dita) melhor solução para o conflito do texto. O dissertante incumbe-se, ou pelo menos, finge, trabalhar racionalmente o assunto.
Mas isso não acontece. Simplesmente não. O dissertante, maquiavélico sofista, na verdade deseja persuadir, manipular, convencer e, muitas vezes, até enganar seu leitor. A dissertação é vista como o mais referencial dos textos argumentativos, perdendo em objetividade apenas para a notícia de jornal, mas é justamente este o perigo. A dissertação nada mais é que um manifesto mascarado. Nas entrelinhas das dissertações, escondido entre os pingos dos is e os traços dos tês, ouve-se os fantasmas de Marx e Engels sussurrando: "Proletários do mundo todo, uni-vos!".

Um comentário:

  1. Isso quando não é daquelas dúbias que começam com "Há quem diga que fulanets é assim, mas na verdade..."

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