quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

1 + 1 = 2

Uma piscada na estrada. Olhos de caçador fechados por um segundo. E o meu algoz à minha frente. Pneus gritando no asfalto frio do outono. Porta, teto, porta, rodas, porta, teto, porta, rodas no chão. E tudo volta.
Eu queria era brincar, ser criança. Mas não. Devo caçar. Coisa de homem. E aquela garota da lanchonete, tão bonita. Era difícil, eu sei, mamãe ajudava muito antigamente. Mas, girando, basta uma matemática bem simples: coisas somadas na nossa vida nos dão o resultado no final. E às vezes a soma nos impressiona. Somando-se o controle do meu pai e a passividade da minha mãe, o que temos?
Temos uma matemática quase pecaminosa, que nos engana com suas trocas de sinal inesperadas, suas potências absurdas e suas divisões entre diferentes momentos. Mas a verdade, não, a verdade não pode ser dividida.
E o meu algoz? Eu somado a ele temos meu pai decepcionado. Aquilo eu não faria. Até pensei em fazer pra agradar a garota. Mas não sou eu.
Mas e se eu estiver errado?
E se minha raiva for eu tentando voltar pra onde sempre estive?
E se eu acreditar que tudo isso é maravilhoso?
Talvez a matemática não seja tão simples assim.