Você já me conhece, é claro.
Só não sabe que sou quando sou eu.
Não sabe dizer que você me sente.
Sabe aquelas vezes que você foi esquecido,
que foi excluído,
desprezado,
injustiçado,
mal-amado,
não-amado.
Sabe todo aquele seu esforço, quando não te rende nada.
Aquele seu sentimento, que não é correspondido.
Aquelas suas palavras que pairam no ar e te sufocam.
Aquela rosa tão linda que você ganhou e te espetou o dedo.
Aquela eterna enxaqueca da vida.
Aquele quero-ir-embora-daqui.
Tudo isso, debaixo do sol ou encoberto pelo eclipse,
quando se parece ter tudo ou quando se finge não ter nada,
quando estar por cima da carniça vira ser a própria carniça,
quando o brilho nos olhos é reflexo da lâmina da faca,
quando a beira do penhasco é tão aconchegante final pra tudo de ruim.
Sou eu.
Todas essas coisas sou eu.
Muito prazer, a Dor.
Prazer, dor. Boa!
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