sábado, 18 de setembro de 2010

Malditos Poetas

Poetas. Malditos sejam os poetas. Desvirtuam as palavras de seu significado. Os poetas estão pouco importados com o como-se-escreve e muito com o o-que-se-escreve. Isso não pode permanecer assim. Nós, narradores, sim. Não nos escondemos atrás de máscaras metafóricas para dizermos o contrário do que se quer dizer e, ao fim de tudo, sermos entendidos. Dizemos o sim como sim e o não como não. Não dizemos borboletas: dizemos felicidade. Não dizemos pássaro: dizemos liberdade.
Venho por meio desta questionar até a validade do poeta. O poeta está para o texto como um cachorro está para um quebra-cabeças. O poeta sabe a ordem daquilo, mas prefere embaralhar e nos mostrar uma figura diferente daquela que ele realmente deseja. Não é bem um escritor. Não é bem um literato, o poeta.
Se bem que... o poeta capta bem o que está para ser sentido e não visto. O que está para ser lembrado e não escrito. A poesia da gota de orvalho não se resume a dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Como o poeta não se resume a escritor. O poeta é o Deus das palavras. As toma como quer para o que quer. Mudei de opinião. Benditos sejam os poetas, que, tresloucados, derramam sentimentos nos fins de caderno.

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