sábado, 20 de novembro de 2010

Indivíduo Escatológico

E a minha vontade agora era de escrever algo escatológico. Acho que pra mostrar aos outros que tenho corpo, talvez. Que não sou só alma-essência de mim mesmo. Que não me limito às ideias que defendo tão arduamente quanto as abandono no momento em que as descubro falsas. Falsas!, não boas ou ruins, lembremos sempre.
Algo que envolvesse sangue e catarro, cortes a faca de carne e frieza de atitude. Quase um anti-eu. Um corpo sem mente. Sem individualidade. Massa de manobra, carne moída gritando que não quer mais educação, nem sarcasmo nas salas-de-aula.
Normalmente não escrevo reflexões em prosa e prefiro metaforizá-las em patos ou poesias abstratas. Mas hoje não. Hoje quis dizer quem sou com todas as palavras. É como se normalmente eu escrevesse as coisas para um seleto grupo que fosse me entender. Mas, repito, hoje não. Hoje sou eu com todo o meu vocábulo explícito, sem-vergonha. Acho que a escatologia de hoje está nisso aí: dizer quem eu sou pode ser nojento para a maioria das pessoas.

PS.: Outro dia tive um sonho. Sonhei que gritava verdades para que todos pudessem ouvir. Ao acordar me senti mal. Ninguém se interessa pela verdade.

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