sábado, 2 de outubro de 2010

Era a dura, num Gol branco, um Siena prata e um Jetta

Acorda, amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente aqui dentro,
apitando e gritando,
Mandando a gente se trocar
pra pagar pelo que nem todos fizeram

Acorda, amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já subindo a escada
de camuflado e megafone na mão,
apito na boca e ar na cabeça.
Quem tava pronto saiu
quem chegou atrasado se deu mal

Se eu demorar três anos,
convém às vezes eu sofrer
mas, depois de algum tempo sofrendo,
tem quem não aguente o absurdo escancarado
e a injustiça autorreafirmativa

Acorda, amor
Pimenta arde e não sossega
Se esquece a modéstia,
o descanso da aposentadoria,
Tudo pelo bem de todos,
pelo bem de todos que não merecem pagar pelo que não fizeram
E por isso, chame, chame, chame sua própria calma
e não esqueça calça, sapato, quepe e a identidade
Não esqueça sua identidade.

Um comentário:

  1. poo, genial!
    tava super vendo um personagem se definir em cima desse medo, dessas ordens e dessa saudade e me vem esse final 'tapa na cara'.

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